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Eu não caibo nesse padrão

Nossa geração foi e continua a ser invadida por uma onda de corpos sarados. Nas redes sociais jorram fotos seguidas de legendas do tipo “no pain, no gain”, “esse é o meu estilo de vida, não gosta? Respeite!”. Já cheguei até a ver uma frase que achei absurda dizendo “quer tirar a canga nesse verão? Malhe! Faça agachamento!”. É o novo padrão de beleza. Mulher agora tem que ter coxa torneada e bumbum empinado, e para o homem é imprescindível  os famosos seis gominhos na barriga. É legal. É bonito. E sim, respeito.


Mas complicado é quando você não se encaixa em tal padrão. É difícil se manter desprovida de coxas torneadas e bumbum grande e durinho sem precisar ouvir das pessoas constantemente que é preciso entrar na academia pois nem demoraria para “pegar corpo”. As pessoas exigem que você seja aquilo que elas querem, e pouco importa se você está ou não feliz.

Eu clamo pelo meu direito de me manter naturalmente magra, sem músculos que me torneiem e que fariam de mim uma verdadeira “gostosa”, do tipo que faz qualquer homem babar e/ou virar o pescoço para olhar ao passar na rua. Clamo pelo direito das gordinhas de se manterem gordinhas e não sentirem-se inferiores a nenhuma outra mulher por isso.Clamo pelo direito do homem não precisar ter abdômen definido e gostar mais de cerveja do que whey protein, por que não?

Não conheço aparelhos de academia, não como batata doce com ovo para “ficar grande”, não tomo suplemento, não faço agachamento, não olho os rótulos dos alimentos para ver quantas calorias ele possui por medo exacerbado do efeito que ele pode causar em meu corpo... E não, não sou menos saudável por isso.




Não faço apologia ao sedentarismo, jamais. Mas faço apologia a minha e a sua liberdade de sermos o que quisermos sem precisar se encaixar em algo que talvez não queiramos mesmo caber. Clamo pelo meu direito de não caber no manequim 44 por ele ser grande demais para mim e também de outras mulheres não caberem no 38 por ele ser muito pequeno.Clamo somente pelo meu direito de tirar a canga sem ter malhado e não me sentir mal por isso. Não temos obrigação de nos esconder só porque disseram que não podemos aparecer. Podemos sim!  É preciso se desprender dos padrões, pois a única função deles é prender a nossa felicidade. 

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