Já ouvi dizer por ai que existem
coisas as quais a gente não desaprende nunca. Andar de bicicleta é um exemplo.
Desde pequena me avisaram que se aprendi e andei apenas uma vez, nunca mais eu
iria esquecer. E não é que é verdade? Depois de anos fiz o teste, e sim,
continuei sabendo muito bem dominar aquele treco que nunca tive muita
intimidade. Com inúmeras outras coisas por ai acontece o mesmo, isso é fato.
Mas existe algo que nós, seres
humanos, estamos desaprendendo cada vez mais. A arte de olhar para o outro. Não,
não estou falando de cobiçar, olhar com desejo, paquerar, desejar, sentir-se
instigado e atraído. Isso é algo que também pode ser incluso naquelas “inúmeras
outras coisas” que a gente, realmente, não esquece como se faz (risos). Estou
falando, meu caro, é do olhar com pudor, carinho, respeito.
(Imagem da internet)
A empatia está perdendo lugar
para o egoísmo. A solidariedade emocional está sendo engolida pelo egocentrismo.
O “você está bem?” está sendo substituído cada vez mais pelo “agora não, eu
estou com problemas”. Taparam-se os ouvidos, abriram-se as bocas
descontroladamente e viraram-se os olhares apenas para si. Está um caos.
Precisamos a cada dia buscar um
motivo que nos faça perder a vontade de olhar apenas para o próprio umbigo e
levantar a cabeça para enxergar quem está ao nosso lado. Enxergar com um mínimo
de afeição as pessoas que nos cercam. Ninguém precisa ser a reencarnação de
Irmã Dulce ou Chico Xavier, mas, sem dúvida, precisamos trazer conosco e viver
um pouco dos ensinamentos deixados por ambos, independente de religião ou
crença. Porque perder a capacidade de olhar para o outro com respeito, é perder
a capacidade de ser humano. E quando tal
capacidade é perdida, aí tudo por dentro apodrece.
(Cena do filme "O menino do pijama listrado".
Imagem da internet)
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